São Paulo/Fortaleza Os conselhos regionais de corretores de imóveis vão fiscalizar a partir deste mês as vendas dentro do Minha Casa, Minha Vida 2 para evitar irregularidades como a comercialização de unidades que não se enquadram no programa dentro do limite de renda familiar (R$ 4.650) ou do valor da moraria (R$ 170 mil).
Os detalhes do convênio assinado entre o Cofeci (Conselho Federal de Corretores de Imóveis) e a Caixa Econômica no fim de abril serão repassados a todas as representações regionais - os Crecis - em um evento que acontece na próxima semana em Maceió, segundo o vice-presidente da entidade nacional, José Augusto Viana Neto.
O presidente do Creci-CE (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará), Apollo Scherer, explica que o conselho tem, determinado por Lei, a competência de fiscalizar esse tipo de empreendimento dentro da questão dos registros de incorporação. Ele afirma que pode acontecer de algum empreendedor lançar o imóvel à venda antes da obtenção do registro de incorporação, para apressar as negociações. "O Creci vai fiscalizar, junto às imobiliárias e corretoras, a regularidade do empreendimento, no âmbito legal", afirma.
Sanções em irregularidades
Com o acordo, os agentes de cada Creci poderão pedir os documentos do empreendimento que está sendo vendido como parte do Minha Casa, Minha Vida, que tem subsídio do governo federal no financiamento e gastos menores com cartório e seguro. De acordo com Viana, se forem constatadas irregularidades, haverá sanções administrativas imediatas para os corretores e as imobiliárias envolvidas e o encaminhamento da denúncia para o Ministério Público Federal, que vai apurar a responsabilidade das construtoras e incorporadoras do empreendimento.
Já houve casos de imóveis vendidos como parte do programa em que o futuro mutuário só descobria que não poderia usufruir das vantagens do Minha Casa ao solicitar o financiamento no banco, depois de dar o sinal e pagar várias prestações e intercaladas. Há registro também de falsificação de comprovantes de renda de pessoas que não poderiam ser beneficiadas pelo programa.
Limite de renda
O Senado aprovou na terça-feira a medida provisória que mantém o teto da renda familiar para ter acesso ao programa em R$ 4.650, o equivalente a dez salários mínimos na época do lançamento, em março de 2009. O limite do valor do imóvel já havia sido elevado de R$ 130 mil para R$ 170 mil. Para Hereda, isso não vai "desenquadrar" muitas famílias, que seriam beneficiadas no início do programa e agora seriam apenadas com a elevação da renda nesses dois anos para além do limite do Minha Casa.
Os imóveis financiados com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), como os do Minha Casa e os usados de até R$ 170 mil, têm taxa de juros menor do que a das linhas que usam recursos da caderneta de poupança. Fora do programa, não há redução nos custos cartoriais nem de seguro, mas a renda familiar pode ser um pouco maior (R$ 4.900). As famílias com renda superior, lembra Hereda, podem usar os recursos da poupança.
Fonte: Diário do Nordeste (Sammira de Castro)Nunca se financiou tanto imóvel no CE: R$ 5 mi por dia
16/05/2011Caixa responde hoje por 71% do market share do mercado de financiamentos imobiliários no Brasil. No primeiro trimestre do ano, assinou 226.381 contratos habitacionais, totalizando R$ 14,7 bi
No primeiro trimestre deste ano, foram R$ 322,7 mi financiados no CE. O montante equivale a 4.094 contratos
Principal agente de habitação do governo brasileiro, a Caixa Econômica Federal está financiando quase R$ 5 milhões diários em crédito imobiliário a pessoas físicas no Ceará.
O balanço do primeiro trimestre deste ano aponta R$ 322,7 milhões contratados em financiamentos habitacionais no Estado. O montante equivale a 4.094 contratos, beneficiando mais de 16 mil pessoas. A média chega 66 novos contratos diários. "Nunca financiamos tanto a casa própria, e Caixa, como é o banco da habitação, nos últimos três anos, teve uma fomentação enorme em cima dos seus números", afirma Adalfran Carneiro, gerente regional da instituição.
Minha Casa
Segundo Carneiro, por meio do programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o banco assinou contratos para financiamento de 14 mil imóveis, em 2010, em todo o Estado.
Até junho, somente em Fortaleza, a Caixa financiará um empreendimento de quatro mil unidades, próximo ao bairro José Walter. "A nossa grande expectativa é atender o público de zero a três salários mínimos. O público de três a dez salários, nós contratamos diariamente, porque são imóveis na faixa superior a R$ 60 mil até R$ 150 mil. É uma demanda sedimentada na Caixa Econômica".
O gerente regional acrescenta que o banco tem recursos garantidos para sustentar o atual ritmo de incremento no crédito imobiliário pelos próximos anos. "Nós temos financiamentos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de serviço), FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). É claro que, com um volume desses de contratação, o banco tem que procurar outros fundings para operar no crédito imobiliário. Até 2014, pelos estudos, nós estamos garantidos", disse ele, acrescentando que a Caixa, está fomentando a poupança popular, "que é um investimento excelente e é importante que todo brasileiro tenha aquela cultura de poupar".
Liderança
A Caixa responde hoje por 71% do market share do mercado de financiamentos imobiliários no Brasil. No primeiro trimestre do ano, assinou 226.381 contratos habitacionais, totalizando R$ 14,7 bilhões em concessão de crédito. Registrou uma média de R$ 236,6 milhões e 3.651 contratos diários, sendo que 50% das famílias beneficiadas têm renda de até 10 salários mínimos. "O volume financiado de janeiro a março representa um incremento de 50,5% em relação a igual período de 2010", disse Sérgio Rodrigues, vice-presidente da Caixa.
Segundo informações do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), o porcentual médio financiado pela Caixa é de 72% do valor do bem. Já o valor médio de avaliação dos imóveis chega a R$ 119 mil. Com taxa média de juros de 7,5%, o valor médio dos financiamentos contratados atinge R$ 82 mil. O critério rigoroso de avaliação do banco resulta numa taxa de inadimplência de apenas 1,3%. "Nos últimos três anos, além de aumentar o prazo (de quitação do contrato) para 30 anos, não existe mais resíduo do saldo devedor. A prestação é amortização, juros e seguro. Como a amortização é maior do que os juros, não gera mais saldo devedor, dando mais segurança ao mutuário. Outra questão é a prestação decrescente", diz Adalfran Carneiro, explicando os fatores que motivam os brasileiros a comprar imóveis de forma financiada.
Crédito
A expansão da carteira de crédito da Caixa Econômica Federal no primeiro trimestre de 2011 contribuiu para que o banco estatal aumentasse sua participação no mercado de crédito brasileiro. Ao fim de março, a carteira da Caixa atingiu o montante de R$ 190,5 bilhões, o que representa 10,87% do sistema financeiro nacional. "Tivemos um crescimento da carteira e também da fatia de mercado, o que é muito importante", destacou Raphael Rezende Neto, vice-presidente de controle e risco da instituição. No primeiro trimestre de 2010 a carteira de crédito da Caixa representava 9,27% do mercado. A expansão das operações de crédito do banco nos últimos 12 meses, de 41,5%, é mais que o dobro da média verificada nas demais instituições. "Olhando o mercado, a gente cresce tanto do ponto de vista de operações, quanto em captação, poupança e depósitos à vista", salientou Rezende.
Lucro
A Caixa fechou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 812,4 milhões. O resultado é 4,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o banco estatal lucrou R$ 777,5 milhões. "É um resultado extremamente importante e calcado em cima de nossas operações de crédito", afirmou Rezende. As operações de financiamento somaram R$ 190,5 bilhões, salto de 41,5% nos últimos 12 meses.
Fonte: Diário do Nordeste (Sammira de Castro)
Brasileiros poderão sacar FGTS nos Estados Unidos
16/05/2011Trabalhadores brasileiros residentes nos Estados Unidos poderão sacar o dinheiro das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a partir da próxima segunda-feira (16). O anúncio foi feito pelo Ministério das Relações Exteriores. Até agora, o residente naquele país precisa vir a uma agência no Brasil para solicitar o saque.
Hoje o saque no exterior só é permitido aos brasileiros residentes no Japão. Os emigrantes podem retirar os recursos em caso de aposentadoria e conta inativa por mais de três anos. A compra da casa própria não é permitida.
Segundo o Itamaraty, a iniciativa deve ser expandida gradualmente para outros países. De acordo com o ministério, para efetuar o saque o emigrante deve verificar se tem direito ao mesmo e levar o formulário de solicitação a um consulado brasileiro junto com os documentos necessários. O formulário e as condições para saque podem ser consultadas na página do FGTS na web.
"A resposta à solicitação é enviada ao endereço de correio eletrônico informado pelo brasileiro e os recursos são depositados em conta existente em banco brasileiro em nome do interessado ou de uma terceira pessoa por ele indicada", diz o Itamaraty em nota.
Fonte: 180 graus
Construtoras criam projetos para públicos cada vez mais específicos
16/05/2011Nesta extensa lista destacam-se imóveis para os pais de primeira viagem; jovens solteiros que deixaram a casa dos pais; condomínios para idosos, homossexuais e religiosos
Imóveis com três ou quatro quartos, playgrounds e salões de festa. Não que eles deixaram de existir, mas com a recuperação da crise econômica mundial, em 2009, a classe média brasileira experimentou um grande aumento de poder aquisitivo. Atentas às novas e crescentes demandas de consumo, construtoras e incorporadoras passaram a investir em pesquisas e projetos para atender os mais diferentes públicos.
Esta segmentação imobiliária está fazendo com que em vários locais do Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros surjam empreendimentos destinados aos mais distintos grupos sociais. Nesta extensa lista destacam-se imóveis para os pais de primeira viagem; jovens solteiros que deixaram a casa dos pais; condomínios para idosos, homossexuais e religiosos. Além de um apart-hotel que já está em fase de construção, em Itaboraí, criado com o objetivo de atrair o turismo de negócios que tende a crescer na região após a conclusão das obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj).
Uma opção para os solteiros e recém-casados são os imóveis mais compactos com preços acessíveis em terrenos com boa localização, atestam as construtoras. Ou seja, essas pessoas conseguem morar em bairros nobres da cidade apesar dos apartamentos serem menores.
Investindo em pesquisas de mercado para mapear as demandas do público e se antecipar às tendências do setor imobiliário, a construtora Pinto de Almeida, lançou o Portal de Pendotiba, em março de 2009, e lançará o Portal de Itaipu, ainda no primeiro semestre de 2011.
Os condomínios dessa linha têm apartamentos de dois quartos (sendo uma suíte) e área de lazer completa, com piscina, repouso, churrasqueiras, salões de festas e play infantil. Com valor médio de R$ 150 mil, geralmente são comprados como primeiro apartamento. O perfil do comprador inclui pessoas solteiras que querem ter seu espaço fora da casa dos pais, recém-casadas ou com um filho pequeno, que compram com a intenção de saírem do aluguel.
"Para que um empreendimento seja bem-sucedido, é fundamental que o desenvolvimento do projeto leve em conta o perfil de público e as características do bairro em que está localizado", explica Naum Ryfer, diretor da Pinto de Almeida.
"Apostamos em pesquisa de mercado para identificarmos as necessidades do consumidor e nos anteciparmos às tendências do setor imobiliário", diz.
A demanda por esse tipo de empreendimento tem sido tão grande que o Portal de Pendotiba teve 100% de suas 118 unidades vendidas com apenas mês do lançamento. As obras serão concluídas em maio de 2012.
Em Itaboraí a construtora e incorporadora Nep, em parceria com a Atlântica Hotels, lançou em dezembro do ano passado o apart-hotel Supreme de Itaboraí. Direcionado para o turismo de negócios que deve crescer na região com a conclusão das obras do Comperj.
Segundo Cyro Fidalgo, diretor de desenvolvimento da Nep, a incorporadora descobriu um modelo adequado aos investidores conservadores que ainda não havia sido explorado pelo mercado imobiliário.
"Um ótimo rendimento mensal, característico deste tipo de imóvel, é uma das vantagens. Vale citar também a valorização patrimonial, já que as unidades têm serviços agregados e a manutenção fica a cargo da administradora Atlântica Hotels International. Além disso, se tem a garantia de ter o imóvel locado sem riscos de períodos ociosos, comodidade e transparência nas informações fornecidas ao investidor", explica o diretor.
Aqueles que desejam investir no projeto, os imóveis custam entre R$ 150 mil a R$ 200 mil, de acordo com Fidalgo.
Evangélicos - No Rio de Janeiro, o projeto de uma construtora agradou muito ao público evangélico. Com o foco direcionado para esta parcela religiosa, o condomínio Comandante Life 1, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, teve sucesso de vendas.
Houve culto de lançamento da pedra fundamental e, em 11 dias, metade dos 224 apartamentos já estava vendida. Cada unidade tem entre 56 e 78 metros quadrados e custa a partir de R$ 79 mil.
O conjunto possui itens comuns como piscinas, churrasqueira, salão de festas, espaço gourmet e parque infantil, mas o que o torna um edifício cristão é o fato de não ser permitido falar palavrão, consumir bebidas alcoólicas, nem fumar dentro do condomínio. Uma Bíblia de bronze instalada na entrada do residencial serve como símbolo à crença dos moradores.
Terceira idade - Em São Paulo, o mercado imobiliário está atendendo à terceira idade. Entre os itens que distinguem o edifício Bossa Nova, em Santos, de outros prédios estão a sinalização nos vidros, pisos opacos no lugar de reflexivos, iluminação especial, piscinas com escadas e corrimãos submersos, interruptores grandes e um centro de convivência que tem até um xadrez gigante, além de portas maiores e rampas antiderrapantes ao invés de degraus.
O público gay também não ficou de fora dos planos das construtoras. Em São Paulo e na Bahia já existem empreendimentos habitacionais dirigidos aos homossexuais, como é o caso do condomínio baiano Aldeia Saint Sebastien.
Judeus - Em alguns lugares do País, construtoras já estão projetando os edifícios com o foco nos judeus ortodoxos. Como não podem usar nenhum tipo de aparelho elétrico durante o Shabat - período de descanso que acontece entre o final da tarde da sexta e o início da noite de sábado - alguns edifícios residenciais no País ganharam os chamados "elevadores-shabat". Desenvolvido pela Atlas Schindler, este modelo é programado para parar em todos os andares e ficar abertos por alguns segundos para dar tempo das pessoas entrarem e seguirem até o piso desejado sem ter que mover um dedo.
Fonte: O Fluminense (Ricardo Rigel)